Este é um tema que sempre me fez muita confusão. Duplas personalidades, duplas vidas ou vidas duplas…. Não percebo como se consegue...ser uma coisa aqui e ser outra ali.
Tive oportunidade de lidar bem de perto com uma pessoa que literalmente tem uma vida dupla, quiçá, tripla. E posso dizer-vos que não é de todo algo que invejo.
Mas, e isto sou a divagar, eu tinha a ideia de que uma pessoa que tenha uma vida dupla, andasse sempre stressada, nervosa, comprometida. Mas esta personagem em quem me inspiro para escrever este texto, não é assim, poder-se-ia dizer que é a “descontracção em pessoa”. Existem muitos tipos de vida dupla: alunas de dia, prostitutas à noite; trabalhadores exemplares de dia, jogadores compulsivos de noite e por aí fora…. Mas esta vida dupla a que me refiro é mesmo aquela mais tradicional: “sou um homem casado muito dedicado à mulher e, agora, à filha, mas também sou muito dedicado a todas as mulheres que se atravessam à minha frente”.
E eu, confesso, que esta postura me irrita solenemente. Uma coisa é nós nos apaixonarmos por aquela pessoa que até já sabemos, ou vimos a descobrir, que é casada, que tem vida organizada com outra pessoa, mas como ainda não mandamos (e ainda bem!) no nosso coração, não o conseguimos evitar; outra, bem diferente, é disto que hoje escrevo, destas vidas duplas, em que o egoísmo e o egocentrismo reinam e que as outras pessoas não são mais que instrumentos nas mãos destas pessoas.
E eu convivi de perto – muito perto, aliás diria, demasiado de perto - com uma pessoa destas, por quem tive a infelicidade de me apaixonar. Foram quase 3 anos a jogar um jogo perigoso em que a derrota era mais do que certa mas o amor, sempre o amor, a mandar nas nossas acções! E digo-vos com toda a certeza, pessoas destas merecem é distância! O único móbil das suas acções é o prazer próprio e a auto-satisfação. Todos os dias nos anulamos em prol de uma mão cheia de nada e isto não é, de todo, o ideal de vida!
A pessoas com vidas duplas que não respeitam quem as rodeia, só tenho um conselho: vão-se curar!
(às vezes é necessário escrever para exorcizar o que nos vai na alma, e foi isto que acabei de fazer!)