Aqui há uns dias uma amiga quis falar comigo. Dizia ela que estava farta de se apaixonar e sentir o momento em que a paixão se desvanecia. É certo...mais cedo ou mais tarde a paixão típica acaba. E quando começa? O que sentimos? O sorriso na nossa cara? E saber que vai acabar?
A Carla (chamemos-lhe assim) é a típica mulher que já se apaixonou tantas vezes na vida quanto aquelas que foi às compras. É aquela mulher que me liga e diz " S. estou apaixonada! A sério! Agora é a sério!". E eu sei bem, e ela também, que não é O AMOR... que é mais uma paixoneta típica dela.
É o deslumbramento pelo gajo que ela achou piada no café. A vontade de chegar mais perto do borracho que conheceu naquele bar. A decisão precipitada que tomou quando convidou o "homem da minha vida" para ir viver com ela. E no final de contas... ela nunca amou!
Eu sei que vocês estão a pensar " mas paixão é uma coisa, amor é outra". Claro, concordo em pleno. Mas nem a paixão ela saboreou de verdade, quanto mais o amor. Uma coisa é viver uma paixão, outra é estar apaixonada por aquela pessoa que queremos ter ao nosso lado para sempre (sendo que para sempre nem existe sequer, mas no amor vale tudo).
E aqui é que eu quero chegar: a paixão no amor! É aquele fogo que não desaparece...nunca! É sentir as borboletas no estômago, nem que estejamos juntos há séculos. É adormecer abraçados e acordar entrelaçados. É ver nos olhos do outro o brilho de quem ama e sentir o nosso coração a bater mais forte só de pensar que em segundos estaremos juntos. Isto é a verdadeira paixão, aquela que mantém a chama da loucura e alimenta o amor no coração!
E ao mesmo tempo que penso, digo-lhe... e chego à conclusão que também eu nunca amei...Amor à séria? Não! Paixão no amor? Também não! Chego à conclusão que me apaixonei tantas vezes quantas as que, como a Carla, fui às compras.
Mas...e apaixonada no amor? Não...porque quando é amor achamos que nunca acaba!
*S.*
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